14 setembro 2017

Bebês sofrem tentativa de sequestro em São Gonçalo

Bebê de dois meses está assustada depois de quase ter sido sequestrada
Foto: Jornal O São Gonçalo

Dois bebês sofreram uma tentativa de sequestro no mesmo dia em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Na segunda-feira, 11, as mães de uma criança de dois meses e outra de 7 meses foram abordadas por uma mulher desconhecida na rua.

O primeiro caso foi divulgado pelo jornal O São Gonçalo, que gentilmente cedeu a foto para essa reportagem ao Portal Kids. A tentativa de sequestro aconteceu no bairro de Amendoeira. A mãe, que é pedagoga, que por motivo de segurança não terá seu nome divulgado, estava com sua bebê de dois meses (foto) no colo quando uma mulher de cabelo loiro, na altura do ombro, na garupa de uma moto, agarrou a perna da neném e tentou tirá-la do colo da mãe. A professora lutou contra a desconhecida, que segurou as duas perninhas da bebê. A mãe se desequilibrou, caiu no chão e a mulher, sem conseguir pegar a menina, aproveitou para roubar os R$ 10 que a professora levava com ela para comprar pão.
“Registrei o caso na 74ª DP (Alcântara), mas até agora o registro não apareceu, alegaram que houve um problema no processo de registro. Essa foi a segunda vez que sai com minha filha na rua a pé.
Depois da tentativa de sequestro, a neném está nervosa, chora muito e eu com medo de sair na rua novamente”, disse a pedagoga a reportagem do Blog das Mães do Brasil.

A outra tentativa de sequestro aconteceu no bairro Porto Velho. A mãe, manicure, que também não terá seu nome divulgado, levava o filho de sete meses no colo quando uma mulher morena, de cabelo cacheado, veio na sua direção mandando ela ‘devolver o filho que era dela’.
“Comecei a gritar, dizendo que o bebê era meu. A rua estava deserta. A mulher começou a me agredir, bater em mim. Até que uma senhora apareceu. A mulher entrou num carro, que a aguardava e fugiu”, lembrou a mãe.

Segundo a manicure, após a tentativa de sequestro, ela foi levada ao hospital onde realizou uma tomografia, que diagnosticou hematomas em sua cabeça. A mãe tentou em vão registrar o caso na 73ª DP, em Neves. “Primeiro disseram que eu podia registrar sim. Esperei por quatro horas! No final, alegaram que aquela delegacia não era a ideal para esse caso e me recomendaram seguir para outra, a 72ª DP, em Mutua. Mas fiquei tão desanimada com o descaso, que desisti de fazer o registro. Falei para eles na delegacia: ‘Queria ver se fosse com algum parente de vocês, o que fariam.”

Assim que o site do jornal O São Gonçalo divulgou a matéria com a mãe pedagoga, vários leitores relataram casos de tentativa de sequestro de bebês pelas ruas do bairro. Duas leitoras lembraram um casal de moto, com a descrição da pedagoga, que anda circulando pelas ruas do bairro. “A mesma mulher, com uma cara meio redonda, passou perto de mim ontem. Eu estava com os dois (filhos) sozinhos. Ela (a mulher da garupa) parou muito devagarzinho. Eu acho que só não fez nada porque tinha umas quatro pessoas do meu lado na rua”, contou uma leitora do site. Outra complementou: “Então eles não estão ficando só com uma moto porque quando aconteceu isso comigo uma moto era azul Honda.”
A jornalista Wal Ferrão, que há 18 anos lida com casos de sequestros na ONG Portal Kids, lamenta que ainda hoje a falta de atendimento as mães das vítimas ainda seja comum.
"Vamos interceder para que as mães consigam registrar a ocorrência, e provavelmente irão conseguir. Mas num caso assim não deveria ser necessária a intervenção da ONG. O caso deveria ser registrado imediatamente, realizada uma campana no bairro para tentar capturar os agressores e confeccionados os retratos falados e comparados com os de outros sequestradores. E aí entra a segunda questão: Feito o R.O. as delegacias têm condições de realizar as investigações e cruzar informações? A iniciativa das mães em denunciar e abordar o assunto é importante porque mostra como são frageis as investigações para este tipo de crime", finaliza Wal.

Por Luciana Tecidio
Foto cedida pelo Jornal O São Gonçalo

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